ABRAN participa do I Fórum sobre o uso de Esteroides Androgênicos Anabolizantes, promovido pelo CFM
Publicado em 04/04/2024

O Conselho Federal de Medicina (CFM) realizou, no dia 3 de abril, o I Fórum sobre o uso de Esteroides Androgênicos Anabolizantes, que colocou em debate temas como a deficiência androgênica do envelhecimento masculino, dopping nos esportes de alto rendimento e os efeitos adversos no uso de anabolizantes. 

O painel “O uso de EAS e as Especialidades Médicas – visão das Sociedades”, contou com a participação do Prof. Dr. Durval Ribas Filho, médico nutrólogo, endocrinologista, Fellow da Obesity Society FTOS – USA e Presidente da ABRAN – Associação Brasileira de Nutrologia, ao lado de outros convidados.

Em sua palestra trouxe como alerta que este grupo de medicamentos precisa de prescrição médica e que também há vendas, sem controle, destes produtos.

Destacou que a ABRAN tem se mobilizado para esclarecer sobre este uso inadequado, com posicionamentos oficiais e públicos, alertando que sua prescrição não faz parte do rol de procedimentos da área de Nutrologia. Observou que outra questão preocupante é o Marketing Médico, principalmente nas redes sociais, com grande apelo na mídia, com termos que não existem na Medicina, como Hormonologia, o mais recente. 

“Estas ações têm sido realizadas por profissionais não especialistas. Cerca de 40% dos médicos não possuem RQE (Registro de Qualificação de Especialidade). É um cenário em que o conhecimento científico está em segundo plano, com evidência destas pseudoáreas de Medicina”, lamentou.  Sua proposta foi que os CRMs (Conselhos Regionais de Medicina) disponibilizem técnicos em TI para rastrear, identificar e notificar estes profissionais individualmente. 

Para a coordenadora da Câmara Técnica de Endocrinologia e Metabologia do CFM, conselheira federal Dra. Annelise Mota de Alencar Meneguesso, o Fórum possibilita que “especialistas brilhantes de sociedades científicas respeitadas no mundo todo falem sobre o uso de anabolizantes, expondo os danos adversos e orientando os colegas sobre a importância de se coibir a má prática médica.” 

Sua expectativa é de que o encontro permita um consenso junto com o Ministério Público, a Anvisa e as sociedades médicas do que pode ser feito em termos de condutas. “Infelizmente, as pessoas continuam persistindo no uso recreativo, assim como colegas persistem na prescrição de forma equivocada, sem respaldo na literatura, trazendo danos aos seus pacientes”.